segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Principiantes na eletrônica

Um tempo atrás um colega contou que estava tentado a brincar com microcontroladores PIC, mas que nunca se aventurou muito por não conhecer grandes coisas sobre eletrônica. Uns dias atrás, eu estava expressando minhas opiniões sobre o Arduino (vide post anterior!), e esse mesmo colega me falou que estava tentado a testar um, pois seria uma forma de brincar com microcontroladores, sem ter que se "iniciar" na eletrônica.

De certa forma, acho que ele tem razão, pois o Arduino oferece tudo que um iniciante precisa para fazer algo mais interessante que medir a corrente em um resistor (acreditem, isso é chato pra caramba). Seguindo a conversa, falei para ele: "...o chato é que não dá para fazer muito mais que piscar um LED". A conversa então enveredou para as pequenas experiências que ele já havia feito, e eu perguntei: "você já acendeu um LED, mas já usou um transistor para isso?". A resposta foi negativa, e me senti compelido a ensiná-lo, como uma dívida para mim mesmo...

Eu e meu irmão  começamos cedo na eletrônica, quando compramos uma revista atrativamente chamada "Bê-a-bá da Eletrônica", aos 9 anos de idade! A revista não cumpria propriamente o que prometia no título, mas tinha circuitos relativamente simples, fáceis de executar, e que, até certo ponto, funcionavam! Todos os exemplares traziam uma parte teórica, mas essa teoria era simplificada demais para atingir pessoas absolutamente iniciantes.

Na verdade, mais tarde (há 22 anos!), na Escola Técnica Federal de Pernambuco, na primeira disciplina de Eletrônica,fomos apresentados a física dos semicondutores, o que deveria seria capaz de nos explicar o funcionamento mágico desses componentes. Infelizmente, ainda não foi dessa vez... A frustração foi até o quinto período da Escola de Engenharia (agora Escola Politécnica) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1992, onde finalmente o que faltava apareceu: a ligação da física dos semicondutores com a teoria eletrostática, acrescida à geometria destes componentes explica todos a mágica da eletrônica. O que é mais incrível (e chocante) veio logo em seguida: quase nunca precisamos nos preocupar com esses "detalhes". Os circuitos eletrônicos funcionam em pequenas faixas, conhecidas como ponto de operação, onde podemos considerar que todo o sistema opera segundo as regras da linearidade.

Muita gente não acredita, mas a eletrônica, na grande maioria das vezes, se resume nas quatro operações básicas, acrescida de um pouco de experiência, bom-senso, e simulação; e isso é o que não se aprende em escola nenhuma!

Para repassar um pouco desse conhecimento e um pouco da minha experiência, vou tentar postar alguns artigos sobre eletrônica e seus fundamentos. Vou fazer em double-post, aqui e em um wiki, para que possa servir como referência para outros colegas hobbyistas, como eu comecei, ainda sou e sempre serei!

Um comentário:

Hardy, the wanderer disse...

Me fez lembrar da piada do Físico, do Matemático e do Engenheiro no incêndio da universidade. Os três aspectos são importantes e interessantes, mas a Engenharia, por ser a ponta de implementação dos efeitos requer a experiência para desprezar/minimizar o que for minúcia e simplificar a implementação mantendo-se dentro de uma faixa operacional, de acordo com direcionadores como eficiência, segurança, custo,etc.
Por isso que eu adoro ser engenheiro!

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