Tocar guitarra é um tanto divertido. Já havia tentado tocar teclado, onde aprendi muita teoria musical, e flauta doce, onde comecei a treinar a tirar músicas "de ouvido", mas sempre sentia falta de alguma coisa. Na guitarra, encontrei essa coisa: uma verdadeira rede social, composta de pessoas que tocam guitarra e violão, e estão dispostas a fazer intercâmbio de informações.
Para guitarra, existem sites e sites de tablaturas de músicas populares transcritas. É aí que começa o problema: na tablatura, aparece uma sugestão de digitação, mas não o ritmo. Além do mais, por várias vezes a tablatura se limita a colocar acordes sobre a letra da música, e os solos interessantes ficam por conta de quem está executando. Para piorar, como a maior parte dos transcritores é amadora, geralmente há erros grosseiros de tom, ou cadências de acordes que não casam com a música.
Há alguns meses comecei a pensar em formas de obter essas informações diretamente de uma música. Não queria muito, só o tom, o tempo, talvez o ritmo... A afinação também é interessante (nem sempre o Lá está em 440Hz). Comecei a estudar meu livro de processamento de sinais novamente, principalmente no tocante a processamento multi-rate. Até que me toquei de procurar algum paper sobre o assunto.
Pois é. Não encontrei só um paper! Encontrei muitos. Na verdade, tem até um grupo na TU Wienn estudando isso, com filtros, redes neurais e tudo que você puder imaginar. Além disso, há frameworks para processamento de músicas, como o Clam e outros milhares listados num site chamado MIR Systems. Tudo é bem documentado, e, pelo lado positivo, o caminho que havia escolhido é exatamente o que esses sistemas implementam!
Bom, tenho muita coisa nova pra brincar agora.
Em todos esses anos nessa indústria vital, essa é a primeira vez que isso me acontece!
quinta-feira, 29 de maio de 2008
MIR - Music Information Retrieval
Marcadores:
música,
processamento de sinais
Postado por
Rafael Gustavo
às
07:58
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